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quinta-feira, 25 de março de 2010

E,

se o sol que já nasce não revelar a irradiação necessária ao necessário então que este se camufle com o desconhecido ardor das lembranças. Se o coração que clama pelo calor longínquo não encontrar a tal felicidade que não seja mais importunado ou ao menos idolatrado pelo incompreendido. Que caia a chuva destes olhos inexpressivos e mostre ao mundo a força desta enchente de sentimentos avassaladores que um dia encherão o mar de falsas palavras, falsas promessas, porque entre os sentimentos, lamentos fora do tempo, são jogadas ao vento palavras ao pé do ouvido, gritos do silêncio.

quinta-feira, 11 de março de 2010

Game over


(leia rápido)

Duas pessoas.

Dois futuros.

Dois adeus.

Dois “eu juro”.

Duas mentiras.

Duas verdades.

Duas tênues lágrimas.

Duas prováveis dádivas.

Duas interrogações.

Duas exclamações.

Duas dúvidas.

Duas certezas.

Dois corações, onde

O véu que brilha escadaria acima escorre como chuva entre os cascalhos

Assim como os olhos daquele homem aflito refletem o mar de emoções que nele gritam

Corações entrelaçados, juras que já seriam clichê

Mãos à procura daquele buquê

Outro novo e provavelmente curto

Outro bobo e certamente astuto

Outro choro que mais tarde vem eu juro.

Outro amor dos amores. Outro provável dos prováveis. Outra continuação, outro fim. Ou apenas dois

Sim!

domingo, 7 de março de 2010

Uma carta de presente.



Dizem que quando menos esperamos nos deparamos com o ilusório e infinito novo. Dizem. Só dizem. E quando o novo chega tudo se perde no vazio daquele furacão desconcertante. De tempos em tempos, tem gente batendo à nossa porta, e com medo deixamos bater. E ele cansa, te deixa ver o mar de flores que a vida não é. Observa de longe o círculo vicioso, te deixa vagar... Até que enfim, o seu maior admirador uma carta te manda.

“Oi menina do sorriso cativante, quanto tempo não ouço falar de você. Vim aqui porque a saudade bateu à minha porta fazendo com que eu quase saltasse por ela afora. Fiquei sabendo que anda tristonha por esses becos escuros da desilusão e pensei em te dar o carinho que sempre fugiu de suas mãos. Estou aqui por você menina. Graças a você. Não fique triste, eu sou todo seu. Queria ser como a muralha da China e te proteger de todo mal. Mas fique sabendo que não perambulo somente em seus sonhos, estou aqui, mesmos que os ventos da solidão digam que não. Recuso-me a acreditar que um dia te magoei. Foi para o seu bem. Sou traiçoeiro, admito. E se pudesse, choraria por você. Mas não posso. Não me leve a mal por não me arrepender, só arregale os olhos para a imensidão do querer e busque então me conhecer. Venha, caminhe, olhe através de mim. Encare a transparência e me questione. Reaja. Lute por mim. Lute por nós. Sei que não me entende, e sei também menina que em mim você confia. Por isso da próxima vez, atenda quem bate à sua porta. Pode ser quem todos falam. Pode ser o amor.

Com carinho,

Do seu e eterno seu

Coração.”

vida bandida.


Veja como o mundo é com trapaças e derrotas. Com dúvidas e erros. Com amores e desamores. Com mil amores, com mil desamores. Com sorrisos escandalosos e lágrimas interrompidas. Com esperanças e arrependimentos, onde o centro, o núcleo, a estrela esplendorosa que procura pelo holofote certo é você. E o tempo passa... As chuvas secam, as flores caem, o vento vem e trás de volta tudo aquilo que você fez questão de deixar nublado, no fundo da caixa. Seu ser desmorona. Procura alguma saída, e não encontra. Se vê entre a cruz e a espada, de mãos atadas sem saber o que fazer. Chora, soluça, clama por ajuda. E não encontra. Afinal é só você. E esse só você se sente dormente ao lembrar nostalgicamente cada vestígio do passado. E lá deitada na cama você procura o botão de pausa ao passar os olhos pela inerte e cinzenta parede. Procura e não acha. Quer voltar e não consegue. Quer mudar e não pode. E só resta a impotência, que mais tarde olhando pela janela aquela tarde chuvosa e apática, se junta com o ciúme daquele romance inacabado de verão que hoje sussurra canções abobalhadas de amor para aquele outro alguém, fazendo assim crescer e subir o nó da garganta que acaba com o marejar súbito dos olhos já arrependidos, onde no vai e vem da ventania se trai e derrama mínimas gotículas pescoço abaixo com a irritação que já subia quase como aranha por seus tecidos. E com a irritação vem a compreensão ao pensar no que fez, faz e vai fazer. Sons estranhos são percebidos subindo pela garganta onde antes estava aquele enojado nó. E você estranha, se vê perdida na escuridão e não repara que eram apenas risos. Gargalhadas. Era ironia. Era irônico enxergar o nada no reflexo do espelho latente e brilhante na parede do banheiro pomposo do lar aconchegante. E você ri de novo, porque é bom. Depois se encontra na encruzilhada. E entristece novamente ao ver no fim do túnel a cápsula temporária que jamais alcançaria. E não chora por ele, pela sorte grande que hoje esta na mão do outro alguém. Chora por você. Pelos tempos de guerra que não venceu. Pelos olhares que não trocou. Pelas infantilidades que cometeu quando já não era mais tão infantil. Chora pelo tempo perdido e pelas mentiras contadas. Chora pelas mentiras descobertas e pela vida que resta. Chora pela simples vontade de chorar. E se perguntassem quem queria um precipício quente e expresso você levantaria timidamente a mão e repuxaria os cantos dos lábios pela facilidade ali encontrada. Segundos depois, balançaria a cabeça e afastaria o pensamento inescrupuloso e andaria de um canto ao outro, gastando as solas dos sapatos e arranhando o assoalho. Procurando e novamente não achando. E depois só restaria esperar. Só restaria pensar em passar o dia feliz. Só restaria lembrar-se daqueles momentos bons. Só restaria pegar a bolsa e se jogar. Só restaria entrar e não querer sair do nebuloso baú de lembranças...