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quinta-feira, 22 de abril de 2010

Morada do ninguém.


Escuro, sombrio, terrivelmente gélido. Inapropriado, inabitável, indevidamente amado. Bem te quero como chuva no inverno. Como abraços colados, como beijos estalados. Sinto loucamente meu simplório ser se desfalecer por causa sua. Vi minhas entranhas se esmagarem e meu coração pular daqui de dentro. Alcancei seu olhar que me procurava com fome de prazer. Deixei- me levar pelo tortuoso caminho da paixão, acreditei, lutei e como uma cavaleira do destino, perdi para o meu pior inimigo. __É inabitável!__ eu queria falar, gritar na verdade! Mas não podia, meus lábios selados como estavam, não se mexiam, não reagiam a tal força. Meus braços puxados com brutalidades não se defendiam como deveriam, não mostravam que ali não podia alguém existir. Estalidos intermináveis, guerra de heróis. Inerte no chão coberto por ervas daninha hoje já não tem mais valor, o tão disputado amor, fazendo quem se julgas tão sábio, não merecedor do tal ardor. Anjos da desilusão gritem ao mundo que aqui é inabitável! Mostrem ao mundo que aqui não é lugar de um alguém, caracterizando o contente descontentamento. É, quero mais é um abismo tranqüilo, onde os odores são misturados e confundidos, onde o inabitável torna-se a ferida que dói e não se sente. Onde o nada vira o mundo e o mundo vira o nada, onde aqui, deitada nesta relva selvagem, pouco a pouco sucumbindo ao desejo carnal, meu ser se de conta de que ainda resta o muito a ser contado, a ser inventado, a ser irritantemente amado.

1 comentários:

Unknown disse...

Ameii , *-------*