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quinta-feira, 24 de junho de 2010

imaginesonhos,


Originados de açúcar, de mel, de minúsculas partículas de vento, de escandalosos sorrisos, alguns sonhos são sonhos, são ofícios da realidade. São aflorados com o ardor da idade, compostos do vice-versa dos prazeres, chamados de anjos do destino, da fugaz imaginação. Oriundos, arrasadores, avassaladores. É a infantilidade humana sobre os olhos críticos dos abobalhados crentes na ilusão. É doce em boca de criança. É chuva em uma seca. Irritantemente comparados a nevascas de quarenta graus. Imaginesonhos, talvez um relez acompanhante, um ambíguo trapaceiro. Jurando amor pelo passado, caminhando tortuosamente pelo presente, suspirando pelo futuro, emoldurando a vida no ciclo vicioso de uma tempestuosa mente adolescente.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Senhor A.


E cá estamos. Eu e você. Reconheço-te honroso oponente. Sei teu valor. Só garanto que para ti não perderei.

Meu redor encontrava-se nublado, meus olhos só encontravam suas mãos, ó traiçoeiro. Fico imaginando que gesto fará a seguir. Que carta tirará das mangas, que peão desta vez moverá. Ouço então cada badalada desesperadora de um relógio da região soarem meia-noite. É o breu anunciando sua chegada, porém, dali jurei não levantar. Meu suspiro mais parecia um cortante reconhecimento da tão temida verdade. Patético. Já deveria saber que neste jogo não tenho sorte, pois vejo meus peões deslizarem suavemente para suas astutas mãos e percebo que inutilmente ainda luto. Seu bispo se mexeu. E como um estampido, meu interior humildemente congelou, estático. Um presente inesperado, uma rara brecha labial do inimigo fez-me corar, o cansaço sucumbindo-me pouco a pouco fazia-me exausta aguardar sua degradante piedade. Inesperadamente minha’lma rebelava-se, desobedecia majestosamente meus comandos. Meu “por quê” deixava a desejar. Sim, ele sorriu para mim. Devo dar pena. Desejava gritar, ansiava brutamente pelo cair de suas peças. Desfalecia a cada golpe. Saciava incompreensivelmente a fome por vingança com o nada. Apenas observava. Encarava perplexa o ar daquele ser superior, que como um caçador abocanhava sua presa, movendo sua rainha esplendorosa contra meu relez cavalo indomado.

Minhas peças...Meu ser, mais uma fez encarava o brilho daquele sorriso ao amanhecer. Onde o querer não é poder e muito menos ter é ser. Pesarosamente, novamente, a tão honrosa senhora foi abatida pelo seu mais honroso oponente, que para ela estendeu a mão, olhando-a furiosamente, jurando-a sem palavras que em seu jogo jamais venceria.

E cá estamos. Eu e você. Um valente e traiçoeiro oponente... Sei teu valor, sei teu clamor, ó tão conhecido amor. Caminharei ao teu lado então Senhor A. Pois sem ti, sei que nada mais pode restar. Aceite-me ou não... Será em vão. Pois em teu jogo não tenho sorte.

Á você, cheque-mate,

meu caro Amor.

domingo, 6 de junho de 2010

the lovely bones



A inquietude dos sonhos é estranhamente familiar aos fracos. Outrora, olhava-me no espelho e meu reflexo nada transparecia. Jurei, que deste mal, não viveria. Finquei meus pés em terra e gritei aos céus, que isto, jamais deixaria brotar em mim. Em vão. Hoje me considero uma fraca. Orgulhosa e desprovida de martírio pessoal. Vivo em um mundo real, com catástrofes e duelos por um coração. Todavia, acho que vejo dragões, princesas em apuros e um pote de outro ao final do arco-íris. Como disse, fraca. Fraca de razão com um toque de emoção. Perco-me em meus pensamentos que vagam de um canto a outro sem um destino fixo. Ele é curvilíneo, nem é tão alto assim, seu embarque vem a todo instante, na mesma estação, no mesmo trem descarrilhado. Sonhos geralmente faziam-me rir, gargalhar inutilmente da ilusão que este causava. Sonhos eram sonhos. Recheados de caramelo, talvez chocolate, tinham na verdade sabor do mais puro algodão doce. Eram bons, são bons. São ilusões. São traições. São meus, são seus. Sonhos são sonhos.

É a nuvem mais alta, no mais alto céu, na mais alta lembrança de quem tem esperança. Esperança esta que tem como nome, estação final. De lá, deveria descer. Esquecer. Agradecer. Ver o trem partir, chacoalhando, voltando para pegar os atrasados. De lá, deveria crescer. Viver.

Bela dama, dama bela. Abra os olhos, seu mais puro algodão doce à espera. Seu sonho é sua vontade, não tenha saudade. Pois sei que intimamente convoco as lembranças do passado, suspiro pelo que ontem fui buscar, chorando o tempo já desperdiçado.




(Para a menina que esqueceu de ser menina, que logo virou mulher. Não uma mulher velha, porém, uma velha mulher. Com sorrisos ocultos e memórias apagadas. Não ela não é especial. Ela só não cresceu. Dedico-te então, relez senhora de quinze anos.)


terça-feira, 1 de junho de 2010

Le réalité de amour


Era lua cheia e o céu desprovido de pontos brilhantes caracterizava o frio tempestuoso que batia à porta de quem se aventurava a enfrentá-lo pouco a pouco. Era a festa na realeza. Os mentirosos mesclavam-se com a impetuosa unanimidade, gargalhadas de abutres anunciavam a enraivecida calamidade, a estampada verdade, a tão nublada realidade. Fazendo com que como um rompante a bela dama não mais domada lutasse contra seu pior inimigo. Ressoar de espadas tilintando, gritos finos apagados pelo breu, lágrimas invisíveis a olhos nus, ventanias que uivavam a perda da mais viva luz. Vitima da própria vontade, acovardada pela própria valentia. Ora destemida, agora inacreditavelmente caída aos seus pés. Típica calmaria lograda com o clamor da falsa alegria. Incerteza era rima aos ouvidos da alteza, era a juventude perdida em uma simples estação. Hipocrisia juraria esta de pés juntos. Olharia em olhos teus e depreciaria tamanha covardia. Abriria teus lábios e despejaria veneno, corroeria seu interior como quem nada quer, para ao fim do espetáculo enfiar-lhe a espada que a trucidou em sua mais intima esperança. Todavia, ao raiar do sol, o relógio parou e o soldado que tanto jurou amor, ajoelhou-se perante o túmulo da ultima gota daquela paixão que como uma fênix ressurgia ao encontro da desilusão. Era muito a se esperar, eram séculos que voariam feito mísseis enquanto a loba com sede de viver aguardava seu ressurgimento, era a impotência, era a ardência culminando a bela dama pouco a pouco, enquanto esta recordava o último rompante, o último instante em que o seu coração desabrochou como uma rosa ao encontrar o túmulo del’amor.