Armados contra o próprio destino. Orgulho e preconceito. Ambas as armas apontadas para o espelho. Involuntariamente a dama de vermelho retira sua máscara e ajoelha perante o amor. Pateticamente em vão. Dois que se mesclam e tornam-se um com cada cair de uma noite. Dois atores vestidos para o combate. Corpo a corpo. Alma a alma. Cada qual despedaçado interiormente e sem palavras que jurassem nunca desistir. Instinto. Animais rodeando-se a procura da presa perfeita. A busca do abraço essencial. A tal momento, a dama de vermelho encontrava-se perdida dentre as relvas da vida. Perambulava dentre pensamentos oscilantes e queixava-se de um coração bandido. A tal soar do relógio, era o dia da presa. Ou então do caçador. Da dama, ou do seu amor. Pensamentos jogados ao vento, como pássaros que aprendem a voar. Um futuro incompreensivelmente tentador. Ou um passado irresistivelmente convidador. Ciclo vital.
segunda-feira, 20 de setembro de 2010
pride vs love
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sexta-feira, 17 de setembro de 2010
I want.
Liberdade. Como borboletas que sobrevoam os céus acinzentados. É pular de um precipício e voar ao infinito. São pedras que se mesclam formando a ponte ao paraíso. Que sentimento oriundo, tão confuso. Bater no peito e falar “eu quero”. Marchar pela vida querendo se encontrar. É tudo liberdade. De expressão, tem que fazer, crer e ver. Revolucionário. Liberdade. Se embrulhada em uma caixa, cobiçada seria. Se já não é. Liberdade. Vontade, é ter coragem, correr e lutar. Brancos, negros, altos, baixos, gordos, magros, soldados da vida. Querem mais é a liberdade. Famosa e traiçoeira. Perspicaz. Liberdade. Passarinho querendo abrir as asas e cair, menina de trancinha que quer o mais alto alcançar com aquele reles balanço.
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domingo, 12 de setembro de 2010
passado.
antigas lembranças, encontradas no fundo baú de minhas memórias. deguste-as, essas palavras possuem um gosto bom, são banhadas naquele antigo amor.
"Fragmentos de uma apaixonada.
As horas passam e eu não saio da beirada da janela. Pergunto-me a que instante chegará querido, não sei por que tanto demoras. O chá já está à mesa, vesti azul, sua cor favorita. Deixei meus cabelos soltos ao vento dessa manhã para que pudesse sentir o cheiro de jasmim, a essência de meu amor. Já me peguei tantas vezes esticando o pescoço para poder olhar a esquina, e nada de você. Sonhei tanto com este momento, já faz tempo que não o vejo, e minha barriga está tomada por borboletas, até coro. Conforme se passam os minutos perco as esperanças querido, acho que não será hoje que desfrutarei de sua companhia. Mais queria. Queria poder acariciar suas mãos, beijar de leve seu pescoço e te deixar arrepiado. Queria aninhar-me em teus fortes braços e deitar a cabeça em seu ombro enquanto admiramos o entardecer, queria meus lábios desenhando os seus daquela forma que desfrutamos verão passado, queria você para sempre ao meu lado. Joguei-me na cama já desanimada, sem esperanças, senti meu coração apertar-se em três, e as borboletas aos poucos indo embora. O azul, não mais importava. O chá já esfriara. E você não chegava meu amor. “Por quê? Acho que não sou tão digna assim de tua companhia, ou então, desistiu... De nós.” Agarrei o travesseiro como se fosses tu. Brinquei com as frases que deslizavam pela minha mente, arranquei aquele vestido de mim, apenas uma camisola serviria para uma manhã sozinha. O sol já se escondia, e nada. E logo hoje, a rua fora ficar excepcionalmente vazia. Notoriamente vazia. A essa altura o chá já perdera o gosto da minha paixão efervescida. E novamente nenhum rastro seu, ou ao menos um telefonema, nada. O amor nos corrói pouco a pouco, nos leva ao mais alto céu, regras são desrespeitadas pelo coração e constantemente ilusões são projetadas na mente daquele que tudo quer. Inocente e abobalhado. Assim é descrito o apaixonado. Queixei-me de uma dor intima. Queria você aqui para cuidar de mim, me oferecendo aquele colo aconchegante e mãos desastradas que deslizavam pelos meus cabelos emaranhados, me fazendo rir. Queria noites ao seu lado, mãos entrelaçadas, olhares compreensivos e carinhos que a muito não reconheço. Mas querido, se eu não tivesse tudo isso, não importaria, queria ter você, só você. Anoiteceu, já decididamente caminhei para o encontro da realidade. Deitei e sonhei... Com você. Senti meus pés frios formigarem, meu corpo todo mais parecia estática e percebi que o sonho era bom. Mas ao acordar, vi a mais linda sombra no peitoril de minha janela, admirando o sol que se pusera há pouco. Corri ao seu encontro, tropecei, e ri de mim mesma. Encontrei seus lábios. Doces e macios, do jeitinho que me lembrava. Seus braços me acolheram, ele sentiu o jasmim, viu o azul jogado no chão, riu, e sussurrou: “desculpe querida, me atrasei, quero-te mais que tudo, perco-me em teus olhos cor de mar e só sei em você pensar. Não consigo mais nada fazer, tive que vir aqui, meu coração pedia você e acho que não posso desrespeita-lo. Ele manda em mim, ele é seu, só seu.” Balancei a cabeça, sorri e gritei interiormente que era um sonho bom, a ilusão de uma apaixonada.
Fragmento retirado de uma memória quase esquecida. "
“Gossip Girl.”
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quarta-feira, 8 de setembro de 2010
a look at the world
Dia como outro dia, que antecede uma noite fria. Foram vistas máscaras de soldados indecisos que caminhavam apáticos por dentre ruelas fedidas. Podre humanidade. São verdades nubladas e misturadas com o doce sabor das mentiras, sopa de palavras, tem mais é um gosto de veneno. Como cobras, escolhem suas presas, observam, observam... E abocanham o frágil oponente, para só depois se darem conta do estrago que causaram. Serpentes venenosas, velhos e astutos atores da vida. Frases de meia boca, suspiros cansados, honorários feitos pela metade. Sedentária e viciada humanidade. Acomodados. Indiscutivelmente patrões dos patrões, estranhos dentro de suas casas, conhecidos de bares e botecos da região. Adúlteros. Corja insignificante que cisma em magoar que não foi magoado. Como um ciclo vicioso. Endinheirado que joga dos ares pares de mil e dois mil. Gritam à multidão que podem e não fazem porque não querem, um brinde ao egoísmo humano. Vitimas da própria sorte, escorraçados por quem os deu a vida, não a mãe, julgam então que o criador não os quer. Os eles não o fazem quere-los. Algo do gênero. São armas apontadas para o espelho. Quem reflete não se vê. Precipícios quentes e expressos muitos desejam. Dias como outros dias... Uma comum realidade, com acessos de uma raiva repentina, sorrisos forçados e olhares desencontrados. Tudo por um roteiro. A programação diária de quem vê o filme degradante da sociedade. Cara esperto aquele lá de cima, já fez, hoje faz, e amanhã refaz. Em uma esperança eterna, de um dia acertar. Dia como outro dia, que antecede uma noite fria. Acho que vou tomar um chocolate quente e esperar por mais um capítulo da novela da vida. Está boa. Não arrisco um palpite do mocinho ou do vilão, meu mundo está fechado pra visitação. São coisas que eu sei.
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sábado, 4 de setembro de 2010
O Conto do Elixir
Postado por Bella às 21:10:00 5 comentários